Os grandes vulcões, 2021-2022.

Os grandes vulcões é o mais recente trabalho do Coletivo Comum/Kiwi Companhia de Teatro. O experimento em videoteatro foi inspirado no texto Arte, verdade e política, do escritor britânico Harold Pinter (1930 – 2008), prêmio Nobel de Literatura em 2005. 

A peça-discurso mostra uma atriz apresentando parte do pensamento de Pinter em relação com debates da atualidade e reflexões do Coletivo Comum sobre arte e sociedade. O trabalho lembra a peça-conferência Carta Aberta, montada pela Companhia em 1998 e apresentada durante 10 anos.

Os grandes vulcões reforça a linguagem do teatro documental exercitada pelo Coletivo Comum e parte da ideia provocativa de Pinter, que faz uma análise contundente sobre a política externa dos Estados Unidos e da Inglaterra, além de discutir a capacidade do teatro em expressar a verdade. Debilitado há́ anos por um câncer, Pinter gravou em vídeo seu discurso de recebimento do Nobel, que foi apresentado no evento, gerando grande repercussão internacional. 

No palco há um grande globo terrestre ilustrado com um mapa de 1570, o primeiro a fazer parte de um Atlas no mundo ocidental. Além da imagem ser adequada ao tema da geopolítica, um dos assuntos do trabalho, esta representação do nascente mundo capitalista revela uma interpretação da realidade e o exercício do controle sobre ela. Estes termos (representação e interpretação) estão diretamente ligados à experiência teatral, outro aspecto discutido pelo trabalho.

A primeira versão foi realizada durante a pandemia e finalizada em abril de 2021. Ela contou com a parceria de uma equipe de cinema, dirigida por Thiago B. Mendonça. Uma série de fotografias usadas em cena, associadas ao texto, às imagens de arquivo e ao conjunto da encenação permitem construir significados sobre operações políticas e midiáticas das últimas décadas.

Os grandes vulcões é uma tentativa de refletir sobre as narrativas e sua capacidade em expor ou subjugar a verdade. Em tempos de pós-verdade e fake news, o bom atrito entre arte e sociedade pode projetar alguma luz sobre a nossa realidade e nossas vidas.


Ficha Técnica

Roteiro, pesquisa musical e direção geral: Fernando Kinas
Elenco: Fernanda Azevedo
Assistência de direção e de produção: Beatriz Calló 
Cenário: Julio Dojcsar
Figurino: Madalena Machado (camiseta: o grupo)
Direção e pesquisa audiovisual: Thiago B. Mendonça
Montagem: Thiago B. Mendonça e Murilo Morais Oliveira
Produção audiovisual: Renata Jardim
Fotografia e finalização: Gabriel Ranzani
Som direto: Rafael Gonzaga Cunha
Iluminação: Clébio Ferreira (Dedê)
Assistência de iluminação: Gabriele Souza
Cabelo: Christian Mourelhe
Programação visual: Casa36
Fotos de divulgação e suporte técnico: Lienio Medeiros
Fotos still: André Murrer
Produção: Daniela Embón
Comunicação e redes: Gabriela Sá Earp
Assessoria de imprensa: Márcia Marques – Canal aberto
Realização: Kiwi Companhia de Teatro/Coletivo Comum

As gravações deste trabalho foram realizadas no Galpão do Folias, na cidade de São Paulo, entre 08 e 12 de abril de 2021.


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